Nossa Crítica: THUNDERBOLTS*

 
Galera, em um momento em que muitos fãs (como eu) sentem que a Marvel Studios perdeu parte do brilho de outrora — trocando boas histórias por agendas mal costuradas e discursos em excesso — chega Thunderbolts, um filme que, curiosamente, trata justamente de heróis tentando sair da sombra dos mais famosos. 
E, sendo bem sincero… na maior parte do tempo, funciona.

Thunderbolts é um daqueles filmes peculiares do MCU que, ao flertar com a bagunça, quase encontra seu rumo. Não se engane: ele ainda carrega muitos dos vícios da decadente Fase 4 em diante — vilões sem impacto, pautas demais que diluem os personagens, e um ritmo que tropeça aqui e ali. Sinto falta dos vilões que são apenas vilões, sabe? Cadê o mal que é mau mesmo, sem redenção forçada ou apelo emocional no final?

Ainda assim, o filme surpreende. As atuações são mais densas do que o padrão do universo Marvel, e — pasmem — o terceiro ato tem peso emocional real, em vez da costumeira avalanche de CGI explodindo para todos os lados.

Claro, não é perfeito. A luta entre o "Vácuo" e o Sentinela, por exemplo, foi um desperdício lamentável. Em vez de uma batalha épica ao estilo Dragon Ball, com socos no ar e energia rasgando o céu, tivemos o Sentinela basicamente esmurrando o Vácuo deitado no chão. Uma cena com potencial absurdo, reduzida a quase nada.

Ainda assim, o desfecho entrega algo raro: uma promessa de continuação que, pela primeira vez em muito tempo, soa mais como narrativa do que apenas marketing.

 

Antes da crítica final, vale dar um panorama do filme. O primeiro ato de Thunderbolts é o mais fraco — burocrático, sem alma e com Valentina (Julia Louis-Dreyfus) liderando a equipe com o carisma de um e-mail automático. As cenas iniciais são frias e desinteressantes, e só ganham fôlego com a entrada de Yelena Belova (Florence Pugh), ainda abalada pela perda da irmã.

A partir daí, o filme reúne figuras “queimadas” do MCU — como John Walker, Ghost e a esquecível Treinadora — esperando que o público já conheça todo mundo. Bob (Lewis Pullman) surge como aparente civil, mas logo se revela chave na trama, juntando forças com Bucky e o Guardião Vermelho numa aliança instável.

Visualmente, tudo é dessaturado e sem identidade, com uma fotografia cinza e cenas de ação pouco inspiradas. Até o logo da Marvel perde a cor — e o impacto. Ainda assim, o terceiro ato melhora. As atuações sustentam o que o roteiro não entrega: Pugh brilha, Pullman surpreende e Harbour diverte. Já Stan e John-Kamen são deixados de lado.

Thunderbolts tenta se equilibrar entre drama e fan-service, mas escorrega nas amarras do universo compartilhado e em um clímax do pós credito constrangedor, onde heróis discutem… patentes e logotipos. Sim, é tão bizarro quanto parece.

Vamos para minha crítica final

Resumindo: às vezes, o pouco já basta. Talvez seja porque tivemos histórias tão fracas nesta última fase do MCU que até o medíocre acaba parecendo encantador. Vai saber, né?

Não espero que Thunderbolts deixe um legado cultural marcante — longe disso. Mas consigo facilmente imaginá-lo reacendendo o interesse de fãs que se afastaram após decepções como The Marvels, Admirável Mundo Novo e o soturno Quantumania.

Com Quarteto Fantástico: Primeiros Passos marcado para 6 de julho de 2025, e o fim da Fase Cinco se aproximando, é inegável que os filmes da Marvel já não têm o mesmo peso cultural de uma década atrás. Ainda assim, Thunderbolts me lembrou — como leitor antigo de quadrinhos e fã da era dourada do MCU — que ainda existe uma fagulha de esperança.

Talvez esses "Vingadores de segunda linha" sejam exatamente os heróis que 2025 precisa. Agora é torcer para que o novo Quarteto Fantástico mantenha essa linha... ou, quem sabe, finalmente eleve o patamar de “plausível” para algo realmente bom.

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Thunderbolts (2025)

Gênero: Ação, Aventura, Super-herói

País: Estados Unidos

Estúdio: Marvel Studios

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 126 minutos

Direção: Jake Schreier

Roteiro: Eric Pearson, Joanna Calo

Elenco: Florence Pugh, Sebastian Stan, Wyatt Russell, Olga Kurylenko, Lewis Pullman, Geraldine Viswanathan, David Harbour, Hannah John-Kamen, Julia Louis-Dreyfus, Chris Bauer, Wendell Pierce, Violet McGraw, Alexa Swinton, Eric Lange, Chiara Stella, Stefano Carannante.


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