EMP: Importância da Gestão Financeira para o Microempreendedor Individual (MEI)

Autor: Mister Ichi

Embora o MEI desfrute de um regime fiscal e tributário simplificado, a gestão financeira é essencial para o sucesso do negócio. O descontrole financeiro pode impedir o empreendedor de aproveitar oportunidades e alcançar metas estratégicas. Evitar riscos desnecessários, como dívidas com fornecedores e clientes, é fundamental para preservar o trabalho e o esforço investidos no negócio. O Sebrae, ciente dos desafios enfrentados pelos MEIs, oferece suporte e orientação para lidar com questões financeiras. 

Confira algumas delas:

*INICIE SEU PLANEJAMENTO

Antes de formalizar a empresa, é essencial planejar os recursos necessários para iniciar as operações. Caso não tenha expertise em realizar esse planejamento financeiro, é recomendável buscar apoio do Sebrae ou de profissionais qualificados. Essa etapa é crucial para começar com segurança e evitar surpresas em um momento tão significativo.

Para uma gestão financeira eficaz, é fundamental dedicar-se diariamente a esse trabalho, evitando deixá-lo para o final do mês. O acompanhamento constante é essencial para registrar todas as movimentações financeiras do negócio.

Utilize uma planilha para controlar as entradas, saídas, contas a pagar e a receber, bem como o nível de estoque. Mantenha essa planilha sempre atualizada, evitando acumular informações que podem dificultar a análise. Uma planilha bem organizada é sua principal ferramenta. Você pode criar a sua própria ou adaptar um modelo já existente para facilitar a gestão financeira do seu negócio.

NÃO MISTURE CONTAS PESSOAS (PF) COM DA EMPRESA (PJ)

O MEI deve possuir uma conta pessoa jurídica, ou seja, a conta da empresa com CNPJ? Nem todo MEI necessariamente tem uma conta PJ, especialmente quando a atividade é mais simples. O mais importante é evitar a mistura entre o dinheiro pessoal e o dinheiro da empresa. É crucial separar o patrimônio pessoal do patrimônio empresarial. Em situações em que o negócio não movimenta grandes quantias, muitos empreendedores optam por não abrir uma conta específica para a empresa, realizando transações financeiras pela conta bancária da pessoa física. Mas por que isso pode ser problemático?

Essa prática não é recomendada, pois a base da gestão financeira é manter separadas as receitas e despesas da pessoa jurídica das da pessoa física. Ao misturar as finanças pessoais e empresariais, o MEI dificulta o gerenciamento de ambas, torna mais complexa a identificação do fluxo de caixa e prejudica a saúde financeira do empreendimento.

Dessa forma, os números não refletirão com precisão a situação financeira de ambas as partes, o que pode causar problemas de organização, planejamento e estratégias. Portanto, é fundamental que o MEI abra uma conta bancária específica para centralizar todas as movimentações financeiras do negócio. Isso facilita a identificação das receitas, o controle eficaz das despesas, a realização de retiradas programadas e a análise do resultado do negócio (lucro ou prejuízo)

*O VALOR DA RETIRADA MENSAR (PRÓ-LABORE)

Para garantir a saúde financeira do seu empreendimento, é essencial não apenas manter as finanças pessoais separadas das finanças empresariais, mas também definir o valor do seu salário mensal, ou seja, a retirada que você fará como empreendedor. É comum pensar: “O negócio é só meu, não tenho sócio nem empregado, então o que sobrar é meu”. No entanto, essa abordagem pode ser prejudicial para a sustentabilidade do negócio e atrapalhar o planejamento financeiro. É importante reservar um montante para emergências e garantir recursos suficientes para o crescimento do empreendimento.

Ao definir o valor da retirada mensal, leve em consideração suas despesas pessoais e verifique se o fluxo de caixa do negócio suporta a retirada planejada. Essa prática contribui para uma gestão financeira mais eficiente e para a manutenção saudável das finanças tanto pessoais quanto empresariais.

*MAS E SE EU NÃO CONTROLAR AS FINANÇAS DO MEU NEGÓCIO?

É comum que muitos empreendedores posterguem o gerenciamento financeiro até que a falta de recursos se torne evidente. Em momentos de crise de caixa e escassez de capital de giro, surgem os juros do cheque especial, os empréstimos e as dores de cabeça. A ausência de controle adequado leva o dinheiro a ser gasto de forma desordenada e, muitas vezes, sem um propósito claro. Por isso, é fundamental manter uma gestão financeira eficiente para evitar surpresas desagradáveis no caixa da empresa.

Evitar dívidas passa por entender claramente o quanto a empresa fatura e gasta, permitindo um planejamento mais assertivo. Além disso, é essencial planejar empréstimos de forma estratégica, considerando apenas aqueles que são realmente necessários para o crescimento do negócio.

*TENHA CAPITAL DE GIRO

Após quitar as despesas, nem todo valor remanescente na conta bancária representa lucro. De forma alguma. É um equívoco pensar assim, pois o montante disponível precisa ser direcionado para o capital de giro, essencial para manter a competitividade do negócio.

Ao transformar esse valor em capital de giro, você poderá oferecer prazos de pagamento atrativos aos clientes, realizar compras vantajosas e lidar com despesas extras que eventualmente surgem. Evite endividamentos e os juros de empréstimos, pois caso contrário, seu lucro será impactado negativamente.

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