Parasyte, o mangá criado por Hitoshi Iwaaki, é uma história que mistura horror, ficção científica, humor ácido e discussões filosóficas. Por outro lado, Parasyte: The Grey, spin-off dirigido por Yeon Sang-ho (Invasão Zumbi) que acaba de chegar à Netflix, é uma história de ação com toques de horror e ficção científica, que tenta ser um pouco mais profunda do que realmente consegue ser.
Fazer essa diferenciação logo de cara entre mangá e spin-off live-action ajuda bastante a entender o que você pode assistir na Netflix e como cada obra funciona. A produção que chegou ao streaming oferece uma experiência um pouco diferente da obra original — que também já foi adaptada em anime e filme — funciona muito bem sozinha, mas é sensível como precisava de mais tempo para realmente se tornar brilhante.
Os primeiros momentos de Parasyte: The Grey dão o tom do resto da série. Enquanto questionamentos sobre o que a humanidade estaria disposta a fazer para perdurar, vemos pequenas criaturas caírem do céu e chegando até uma cidade da Coreia do Sul. Um show em um estádio lotado é o primeiro local de uma infecção de um parasita que toma conta do corpo de um dos presentes.
A cena da revelação do monstro é impactante e violenta, mostrando alguns dos momentos em que os efeitos especiais são realmente efetivos durante a série. Tudo é muito sério e sem brechas para leveza, algo que se estende à apresentação da personagem principal, Su-in, interpretada por Jeon So-nee (Soulmate).
Cada um dos seis episódios da temporada da série passa essa sensação de que há muita coisa para mostrar, mas escolhe deixar trechos para trás, apenas mencionando-os para conseguir entregar a ideia geral da história. Isso não chega a deixar o seriado ruim, até porque ele está longe disso, mas parece que ele não tem tanta força quanto poderia.,
Algo que Parasyte: The Grey compartilha com a obra original é a abordagem dos parasitas alienígenas e sua proximidade com os seres humanos. Enquanto o mangá e o anime exploram questões filosóficas sobre os sentimentos humanos quando não estão mais no topo da cadeia alimentar, a série da Netflix direciona seu foco para a sociedade e suas estruturas, como religião e corporativismo, e como essas instituições exercem controle sobre a humanidade.
A história original também levanta a questão da coexistência com outras espécies e a dificuldade dos humanos em sobreviver sem causar danos. Por outro lado, a série da Netflix introduz um questionamento diferente, mais centrado nas comunidades e na corrupção pelo poder, transformando indivíduos em parasitas tão prejudiciais quanto os invasores alienígenas.
O ponto fraco da série reside na sua pressa excessiva, o que compromete o desenvolvimento dos personagens e das situações, tornando-os superficiais diante do potencial apresentado. Essa falta de aprofundamento também limita a amplitude do discurso proposto. Embora funcione, é evidente que o verdadeiro potencial não foi plenamente explorado. Essas lacunas poderiam ser preenchidas em uma eventual segunda temporada, e se os criadores seguirem os planos sugeridos no último episódio, a trama pode se tornar verdadeiramente cativante.
Conclusão:
A serie acerta mais do que erra, embora não alcance o mesmo impacto da obra original. Admito que os questionamentos abordados na obra original me parecem mais precisos do que os do live action, no entanto, ambas as abordagens têm seu valor.
O principal problema da série é sua pressa excessiva, que prejudica o desenvolvimento dos personagens e das situações, deixando a sensação de que são insuficientes diante do potencial apresentado. Além disso, essa pressa compromete a profundidade que o discurso poderia atingir. Ainda que funcione, é perceptível que o potencial não foi totalmente explorado. Essas questões poderiam ser abordadas em uma possível segunda temporada e, caso os criadores sigam os planos sugeridos no último episódio, a trama pode se tornar ainda mais interessante. Vale ressaltar que a aparição do personagem principal do mangá e do anime no final, em uma cena que lembra pós-créditos, adiciona um elemento intrigante à narrativa.
Trailer:
_______________________________
Nome: Parasyte: The Grey
Plataforma: NETFLIX
LINK: Clique Aqui
2024 | Classificação etária: A16 | 1 temporada | Ficção científica
Estrelando: Jeon So-nee,Koo Kyo-hwan,Lee Jung-hyun
Criação: Yeon Sang-ho,Ryu Yong-jae
É tao bom quando o anime?
ResponderExcluir